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“Era digital: revolução na cultura e na sociedade” foi o tema escolhido para as Jornadas Nacionais de Comunicação Social da Igreja, realizadas este ano no Santuário de Fátima, entre os dias 29 e 30 de Setembro.
O encontro foi presidido pelo, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, acompanhado por D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, tendo reunido mais de uma centena de participantes, que se congregaram para aprofundar e debater os desafios que os novos meios de comunicação digital colocam à Igreja, e à comunicação religiosa em geral.
As jornadas contaram com a presença de inúmeros especialistas nas áreas do jornalismo e da comunicação social, entre eles vários sacerdotes e leigos ligados ao serviço dos media da Igreja Católica.
O ciclo de conferências começou com uma exposição do Dr. Fernando Ilharco, subordinada ao tema: “Da Revolução Industrial à Revolução Digital”, onde se ressaltou a mudança profunda na cultura contemporânea dos mass media.
Na parte da tarde, foi abordado, em Mesa Redonda, o “Relevo da Comunicação Digital”, com a participação de vários profissionais de imprensa e finalizada pelo Pe. Justo Ariel, do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, que nos falou acerca do projecto intermirifica.net, iniciativa que promete ser um ponto de refência para os media católicos.Após o debate, houve lugar para dois workshops. Um, intitulado: “Religião nos media generalistas”, presidido por D. Manuel Clemente, no qual intervieram também Rosa Pedroso Lima (Expresso) e Licínio Lima (DN). Aqui abordou-se particularmente a relação entre a temática religiosa e os media generalistas, que segundo D. Manuel Clemente, “é tão inevitável como difícil”. O segundo workshop, dirigido pelo Pe. Américo Aguiar, Director do Gabinete de Comunicação do Porto versou sobre a temática “Gabinetes de imprensa digitais”
No dia seguinte, após a Eucaristia D. Claudio Maria Celli brindou a Jornada com uma conferência sobre o tema “Era Digital e comunicação na Igreja Católica”. Tendo como comentadores Abílio Martins (Administrador do Portal Sapo), Ramos Pinheiro (Administrador da RR) e José Ribeiro e Castro (deputado), o prelado fez um apanhado geral das possibilidades e dificuldades da Igreja Católica em comunicar a mensagem do Evangelho, através dos meios mediáticos digitais.
Este frisou que a Igreja é hoje “uma rede de paróquias”, e que, nesse sentido, nada está oculto. Portanto, “estamos chamados a ser testemunhas credíveis no meio da cultura digital”. Dom Claudio aludiu então ao exemplo deixado pelo diácono Filipe, relatado nos actos dos Apóstolos salientando a sua disposição e entusiasmo em esclarecer as dúvidas do etíope que, montado na sua carruagem, atravessava o deserto. Esta é uma imagem particularmente actual: no meio deste deserto, de uma interconectividade global, mas que nos coloca muitas vezes perante uma tendência isolacionista. Nesse âmbito, é necessário estar ao serviço de quem nos interpela, havendo a necessidade dentro da Igreja Católica, de uma “diaconia da cultura digital”.
D. Manuel Clemente encerrou o congresso com palavras de estima e agradecimento a Mons. Celli, o qual “trás uma frescura muito grande a esta temática”, e a todas as entidades e instituições que promoveram este encontro ou dele participaram, asseverando que a comunicação nos aproxima muito do cerne da teologia cristã, que está localizado na relação comunicativa das três Pessoas da Santíssima Trindade. “A verdade comunica-se, mas a própria Verdade é uma comunicação. Temos obrigação de a mostrar a todos”!
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