Faleceu D. José Policarpo deixando um legado de esperança após 15 anos à frente do patriarcado de Lisboa
O patriarca emérito de Lisboa, D. José Policarpo, que faleceu a 12 de março na capital portuguesa, tinha-se despedido da diocese a 29 de junho de 2013, com uma apelo à “esperança” e ao testemunho da “fé da Igreja”.
“O senhor D. Manuel (Clemente), novo patriarca, e eu próprio, só desejamos uma coisa: que a Igreja de Lisboa cresça, se consolide como povo crente, que quer ser no meio da nossa sociedade um testemunho da esperança, da visão da vida como ela brota da sua união a Cristo”, disse o cardeal, na homilia da missa a que presidiu no Mosteiro dos Jerónimos, com a ordenação de seis sacerdotes.
O cardeal, de 78 anos, apresentou a sua renúncia ao cargo em 2011, por limite de idade, resignação aceite por Bento XVI e confirmada pelo Papa Francisco, que a 18 de maio nomeou como novo patriarca de Lisboa o até então bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
D. José Policarpo faleceu na sequência de um aneurisma na aorta, anunciou a diocese.
As exéquias, presididas pelo patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente, foram celebradas
na Sé Patriarcal, seguindo depois o corpo para o Panteão dos Patriarcas, em São Vicente de Fora.
No momento em que deixou o ministério de bispo diocesano, após 15 anos, D. José Policarpo, quis deixar a sua “expressão de fé e de caridade fraterna para com o atual bispo de Roma, o Papa Francisco”, em cuja eleição participou e com quem esteve no consistório extraordinário de fevereiro, no Vaticano.
A despedida, no Mosteiro dos Jerónimos, foi então sublinhada com uma longa salva de palmas pelos participantes, no final da missa.
Antes, o bispo auxiliar D. Joaquim Mendes tinha evocado perante os presentes a “grande sensibilidade” do cardeal aos “problemas” do mundo contemporâneo e o seu “sábio magistério de mestre da fé”.
D. Joaquim Mendes manifestou ao cardeal a “profunda gratidão, comunhão e amizade” da diocese e recordou um percurso de 17 anos como padre, 19 como bispo auxiliar, um ano como arcebispo coadjutor e 15 como patriarca na Igreja de Lisboa.
Dois dias antes, D. José Policarpo tinha almoçado com o presidente da República Portuguesa e disse à entrada para o encontro com Cavaco Silva que a “esperança” sobrevive a todas as crises, elogiando os portugueses.
O cardeal, de 78 anos, tinha apresentado a sua renúncia ao cargo em 2011, por limite de idade, resignação aceite por Bento XVI e confirmada pelo Papa Francisco, que a 18 de maio nomeou como novo patriarca de Lisboa o até agora bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
D. José Policarpo, 16.º patriarca de Lisboa, assumira esta missão a 24 de março de 1998, após a morte de D. António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de 1997.
“A minha preocupação principal não foi de protagonismo pessoal, foi com o ministério que me foi entregue fazer crescer esta Igreja de Lisboa, que é muito bonita. Essa preocupação não a altero neste momento, tenho é de descobrir outra maneira de servir esta Igreja onde – deve ser caso único em Portugal – eu nasci, fui batizado, descobri a vocação sacerdotal”, declarou.
Como “momentos altos”, D. José Policarpo destacava, além da realização do encontro inter-religioso da Comunidade de Santo Egídio (2000), o Congresso Internacional para a Nova Evangelização, que decorreu em cinco sessões entre Viena e Budapeste, com passagem por Lisboa (2005).
As visitas papais de João Paulo II (1982 e 1991) e Bento XVI (2010) foram recordadas como “momentos muito fortes”.
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